UM SONHO DE VOAR
Ontem à noite sonhei mais uma vez que estava levitando e também movendo objetos com a mente. Nestes sonhos este poder é perfeito. Eu posso movimentar o que quiser e flutuar no ar em todas as direções. Tudo é muito natural , dando a impressão de que estou na vida real. Mas, acordado sei que não posso voar nem muito menos mover objetos com um simples olhar, no entanto, tenho a sensação de que posso fazê-los. Lembrei-me do velho amigo Hermógenes, que, quando na tenra juventude, ficava horas mirando um objeto esperando movê-lo, e, quem sabe, pelo cansaço, conseguia visualizar um pequeno movimento. Não tenho notícias dessa figura faz muito tempo. Ele praticava o que chamava de telecinese e levava o assunto a sério. Contava, que um dos exercícios era imaginar fortemente mãos saindo do seu corpo astral segurando o objeto e o empurrando para frente. Outra forma, era imaginar uma parede mental transparente colada ao objeto que podia ser empurrada com o poder da mente. Na verdade, nunca tentei fazer esses exercícios, o meu poder está concentrado nos meus sonhos, ou seja, uma mera fantasia. Quanto à levitação, existem casos de pessoas que se elevaram em frente a muitas pessoas, principalmente, médiuns e místicos. Se bem que há muita enganação nestes casos, todavia, creio que pode haver situações como estas, afinal o poder da mente é muito forte. Dever existir algum modo de anular a gravidade, e penso que pode ser pela mente. Ainda sobre a levitação, soube de vários casos, inclusive a flutuação de um Padre nos céus da Itália na II Grande Guerra, impedindo o lançamento de bombardeios em vilas daquele país. É realmente um assunto palpitante e coberto por infinitos mistérios, e quem sabe poderei saber algo a respeito. Decidi praticar a movimentação de objetos com a mente e iniciei imaginando mãos saindo do meu corpo e empurrando um palito de fósforos. Passei algumas horas tentando e nada, até que me deu uma baita canseira e resolvi cochilar um pouco. Neste sono tive um contato mental com o velho amigo Hermógenes, que informou que viria me visitar em alguns dias. Acordei do cochilo, lembrei-me da mensagem e toquei o dia. Em uma semana, ao anoitecer, recebi a visita do amigo. Fiquei realmente surpreso e contei-lhe o sonho no qual era comunicado da sua vinda. Ele deu uma risada e disse que tinha conseguido o meu endereço na Internet. Começamos a conversar e ele falou da sua vida. Disse que atualmente morava em Portugal, na Cidade de Lisboa, sendo professor universitário. Falei sobre telecinese e perguntei a respeito do tema. Ele riu muito lembrando da sua juventude quando passava horas olhando para objetos tentando movê-los, uma bobagem, comentou. Aquele comentário desabou minhas pretensões de conhecer mais profundamente o assunto. Dentro desse tema citei faquires que levitam, voo em vassouras, tapetes voadores e o trenó de Papai Noel, como exemplos dos poderes da levitação, e, também do movimento de objetos sem a ajuda de algum motor ou impulso físico. Como resposta, escutei que o deslocamento no espaço superando a gravidade era coisa de viagens astrais, mas do ponto de vista físico, ela pode ser conseguida usando-se a queima de uma mistura de ervas aromáticas somado a uma porção a ser espalhada nos pés e braços. Perguntei-lhe qual porção era aquela e quais as ervas utilizadas. Hermógenes tirou do seu bolso um pequeno pacote de papel e me entregou as passagens para a minha futura experiência mística. Seu comentário final foi que eu tivesse cuidado, pois a viagem poderia ser sem volta. Guardei o pacote no armário e passamos a conversar sobre os velhos tempos. Lá para às dez horas da noite nos despedimos e o velho amigo tomou o seu rumo num carro bem antigo, o que me chamou a atenção, pensei que fosse mais uma das excentricidades daquela figura. Abri o pacote e desembrulhei as ervas e um pequeno frasco com uma porção. Fui para a sala, sentei na posição de lótus e passei a porção nos pés descalços e nos braços. Depois, queimei as ervas num cinzeiro passando a respirar profundamente com o pensamento voltado à levitação. A primeira sensação foi a de expansão corporal, era como se eu tivesse aumentando de tamanho. Depois comecei a ficar tonto, mas pensando persistentemente em voar. De repente, uma sensação de muita força me elevou do solo e tive a impressão de ter saído desta dimensão. Foi muito rápido e me vi novamente no chão pensando na inutilidade do que realizei. Aquilo não havia acrescentado nada na minha vida. No dia seguinte liguei para Hermógenes para contar a experiência e ele disse que eu tinha aprendido a lição. O tempo dos voos em vassouras e outros instrumentos havia passado. Assim, pude compreender o desinteresse inicial do meu amigo sobre esta questão e decidi esquecer deste assunto, pelo menos por enquanto.