UM IMPLANTE EXTRATERRESTRE

Na manhã seguinte, após rever a minha lua especial, aproveitei para abrir a caixa de correspondência e de lá retirei as cartas. Havia um cartão de um velho amigo que estava morando no Canadá. O cartão postal mostrava uma bela vista de Quebec, um casario tendo um rio caudaloso como pano de fundo. Era uma visão universal. Parecia com algumas cidades que já conheci. Lembrei daquele velho amigo dos velhos tempos de juventude. Assim me veio à memória o acampamento que fizemos a margem de um rio muito semelhante ao do cartão. Foi uma grande aventura, desde a montagem da barraca, até os fatos que ali se sucederam. Chegamos ao local do acampamento no inicio da noite. Escolhemos um local em baixo de algumas árvores, nas proximidades de algumas casas na beira de um rio. Este rio desembocava no mar de uma bela praia que recebia turistas e veranistas para o verão, e se dividia no que chamavam de Costa e de Rio. Após a montagem da barraca, depois de muitas tentativas, o grupo de aventureiros formados por minha pessoa e mais dois amigos resolveu acender uma fogueira. Eu saí catando pedaços de madeira na beira do Rio, que por sinal abundantes, resultantes da vegetação e pedaços de barcos. Voltei ao acampamento e acendi o fogo com o auxílio de querosene e de um isqueiro. Eu naquela época era um jovem no início da vida, ainda um incauto sobre as coisas do universo, não sabia de nada do que hoje imagino saber. Nós estávamos sentados na frente ao fogo e a barraca estava por trás. Falávamos da vida presente, do futuro, dos nossos sonhos e das namoradas, até que bateu o sono. Meus dois amigos foram dormir e eu fiquei olhando para o céu. De repente, uma luz surgiu do mar e foi subindo. Era uma luz de uma cor indescritível, era quase um violeta com tons de dourado. A luz saia de um objeto circular que aumentava e diminuía de tamanho a todo instante. Fiquei observando aquela cena inusitada vendo a luz fazer um movimento de 180 graus saindo do mar e atingindo a outra ponta do rio até desaparecer completamente. Foi uma visão impressionante. Na manhã seguinte, contei o caso aos meus amigos, que também contaram suas experiências com discos voadores. As estórias eram tão fantásticas que resolvi encerrar por ali a minha experiência. Lá pelas dez da manhã houve uma surpresa inusitada, tivemos a visita de moças montadas em cavalos chegando ao nosso encontro. Elas eram lindas, havia uma loira de olhos profundamente azuis, seus cabelos chegavam a sua cintura. A outra era morena de feições finas e cabelos ondulados. Elas se apresentaram, a loira se chamava Rima e  a morena Silterry, nomes estranhos, pensei. Convidei as garotas para descer dos cavalos e ofereci água de coco. Nós cinco nos sentamos na sombra de um coqueiro e começamos a conversar. O primeiro assunto foi a misteriosa aparição da noite. Rima falou que aquela cena era muito comum naquela praia, e, que, ainda, já teve contato telepático com extraterrestres. Eles lhe disseram que estavam instalados provisoriamente numa base subterrânea coletando amostras do planeta terra, mas que voltariam ao seu planeta em breve. Repentinamente, Silterry afagou a minha cabeça e retirou uma pequena peça de cerca de meio centímetro e disse: este chip está colocado em sua cabeça desde que você tinha cinco anos, você recorda até hoje de uma nave passando acima da sua rua, não é?  em seguida, pediu para eu passar a mão na parte superior direita do meu crânio e perguntou o que eu sentia. Respondi-lhe que havia uma pequena baixa. Ela retrucou dizendo que esta seria uma pequena marca do implante, porem, não houve mal algum a meu corpo. Perguntei-lhe como ela sabia disso. Ouvi como resposta que foi ela mesma quem colocou o artifício na minha cabeça através de um raio. Para a minha surpresa Rima perguntou se eu me lembrava do Mestre João, um morador da Rua em que vivia. Claro que eu me lembrava daquela figura, era um homem quase Santo, que vivia de prestar serviços em todas as residências da rua. Soube que aquele senhor me deu a medicação para que meu corpo não rejeitasse o implante. Senti um arrepio correr pela minha coluna ao juntar todos aqueles fatos. Realmente tudo fazia sentido. Perguntei como estava o Mestre João e soube que ele morava na China pesquisando as condições ambientais daquele país. Quase num gesto automático, mandei-lhe lembranças. Meus amigos estavam calados observando a cena. Depois de terminada a água de coco, as garotas anunciaram a partida, perguntei se nós nos veríamos mais alguma vez. Elas disseram que sim e que seria em muitas situações. Após a despedida, subiram nos cavalos e seguiram trotando até literalmente sumirem na beira da praia. Para mim aquela situação foi por demais surpreendente. Meus amigos, não sei porque cargas d’água, não deram muita atenção a toda a conversa. Eles apenas comentaram que eram belas moças. Passamos mais uns dois dias na praia e voltamos a nossa vida normal. Já na vida profissional, soube que um colega de trabalho,  certa vez, num bar numa praia foi abordado por um pescador que lhe passou a mão na cabeça e retirou um chip e falou que o mesmo tinha sido colocado na sua cabeça para estudos. Na hora engoli o seco e preferi não comentar nada, foi uma prova do que aconteceu comigo.