O ANJO AZUL

Fala-se muito sobre a atuação dos anjos na história da humanidade. Desde a participação em guerras, anunciações e transformações destes em personalidades opositoras. O imaginário popular trata os anjos como seres espirituais que agem para ajudar os seres humanos, existindo até uma oração bastante conhecida que evoca a proteção destas criaturas nas nossas vidas. Há muitos casos de ajudas sobrenaturais registradas em livros, revistas, jornais e na internet. Cita-se em muitos textos a participação de anjos em socorro a doentes, em desastres diversos e muito mais. Existe também uma infinidade de fotos que mostram seres alados em diversas situações, mas, a mais comum delas apresenta esses seres voando. A figura tradicional do anjo é de um homem de cabelos compridos com asas. Nas pinturas, os anjos aparecem tocando trombetas ou segurando algum apetrecho, dentre esses uma espada ou uma balança. Na minha opinião, essas figuras realmente existem no infinito universo da criação divina. São seres que apoiam diretamente o Criador e são responsáveis pela comunicação e ação direta com os homens. Um dos significados da palavra anjo é mensageiro, expressão plenamente justificada no contexto em que ele se insere. Na minha vida tenho passado por algumas experiências que apontam para a ação de um anjo com alguma finalidade, como exemplifico a seguir: desistências de pegar um avião, tomar um caminho errado, chegar atrasado em algum lugar ou mesmo um apoio espiritual em casos de pesar e desânimo. Lembro que em muitas situações sempre tive a presença de uma pessoa vestida de azul a ter algum contato comigo ou fazer alguma coisa que me ajudou. Relato um fato que me aconteceu quando um vendedor de passagens de ônibus me informou que este estava lotado, e, assim, evitei de passar por um desastre na estrada. Num hospital em que fui internado, toda a equipe médica usava azul. Um senhor, que usava azul, avisou-me no trânsito que as lanternas do freio traseiro do meu carro estavam apagadas, certamente, ajudando a evitar um acidente. Imbuído nesse pensamento onírico quis homenagear o anjo azul e mandei construir uma estátua deste ser no Jardim da minha casa. Pensei grande e fiz um anjo de concreto armado de três metros de altura. O anjo tinha grandes asas, segurava com uma das mãos uma espada, e na outra uma balança. Quando estava pronto, ele foi pintado de azul. Ficou uma estátua maravilhosa e passou a ser referência na minha cidade. A minha casa passou a ser conhecida como a casa do anjo azul. Com o tempo, tive por motivos de trabalho, que mudar de cidade e aluguei a casa para uma Casa de Decorações denominada de “Decorações e Arte Anjo Azul”. Foi com muito penar que saí de lá, entretanto, tinha que fazer aquilo. Na nova cidade recomecei minha vida e sempre pedia proteção ao anjo azul e a vida fluía muito bem. Algum tempo se passou e recebi uma proposta de compra da minha casa. A proposta foi irrecusável e decidi vendê-la. Pensei em retirar de lá o anjo azul, todavia, era uma operação praticamente impossível, pois, sua estrutura era de concreto armado. Pedi ao novo proprietário que o retirasse de uma forma que permitisse que ele pudesse ser remontado futuramente. Pedido não atendido, pois  soube que o anjo azul havia sido completamente destruído na sua retirada. Fiquei triste com aquela notícia, realmente eu não tinha o que fazer. Algum tempo depois, ao passar por uma loja de artigos de decoração, deparei-me com uma estatueta de um anjo de cor azul, com cabelos compridos, segurando numa mão uma espada e na outra uma balança, exposto numa vitrine. Era uma miniatura de cerca de quarenta centímetros do anjo construído na minha velha casa. Quis adquirir o anjo e perguntei ao vendedor o seu preço. Este não sabia sequer da existência daquela peça e resolveu me dar gratuitamente. Agradeci a gentileza e levei comigo o novo anjo azul. Dessa vez, ele foi colocado na sala e era de um tamanho que eu podia levá-lo no caso de mudança. Aquele fato reforçou a crença nesses seres e a sua participação para a felicidade e segurança da humanidade.